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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

E Se - Parte II



E se fosse seu último dia?
E se todos os problemas da Terra estivessem prestes a acabar?
E se teus planos e sonhos fossem desolados pela dura realidade de um fim?
E se os olhos estivessem abertos pra algo que sempre se ouviu e nunca foi visto?
E se todos os valores morais virassem poeira cósmica?
Simplesmente eu atearia fogo em todos os meus bens.
Escutaria todas as músicas que marcaram minha vida.
Reuniria todos que me apoiaram para dizer “Eu te amo”.
Terminaria diante de uma queda d’água, contemplando um dos presentes mais preciosos de Deus: A vida.
Nunca deixe os problemas se tornarem maiores do que você. Apenas cresça em honestidade e viva da melhor forma possível.

[Eis o meu conselho: Ame! - Imagem by portaldeMafra]
- Encerro aqui este blog. Quem sabe daqui alguns anos eu decida reativá-lo ou simplesmente esqueça de sua existência. De qualquer modo, agradeço a todos os leitores e espero que tenham gostado. Fiquem com Deus. Tetélestai. =)

domingo, 7 de novembro de 2010

Xxt de Fogo



Esta é minha grande oportunidade de mandar a coerência tomar no cu.
Quer me chamar de louco? Ótimo! Como diria uma música [parafraseada, é claro], das pedradas que me lançam, posso construir meu castelo.
De que adianta colocar cartas à mesa e só enxergar aquilo que é óbvio?
Não quero me limitar aos títulos, denominações ou definições.
Eu poderia preparar um almoço de domingo, composto de arroz, feijão, salada e bife. Mas e se eu resolvesse comprar um frango e devorá-lo sozinho, até o estomago inflar e sons macabros ruírem de minha barriga?
Não gosto de quem tenta ser perfeito, porque até nisso a imperfeição torna-se nítida [O perfeito é inatingível]. Ao final, cabe a frustração, loucura e morte.
Queria o quê? Um título comum? Uma frase de impacto?
Não há necessidade.
Pra que ser o melhor aluno da sala? Pra que chegar a uma locadora e encontrar filmes separados por títulos, limitados aos romances, suspenses, terror, pornô ou etc? Será que este é o limite da criatividade dos escritores, diretores e produtores? Será que não existe uma nova modalidade que possa ser explorada?
Quais são os limites entre a coerência e a verdade obsoleta?
Parece que nós atingimos um patamar de comodismo. Estamos satisfeitos com o que degustamos e não pensamos que pode haver mais.
Até mesmo das fezes de um cavalo pode sair o melhor adubo e as melhores hortas que já se viram entre os agrônomos.
Não vou falar somente de amor. Não vou usar somente o mesmo estilo de texto. Não vou falar somente de coisas do cotidiano. Não vou ser o politicamente correto. A coerência é absolutamente incoerente e isso me enoja.
A partir de hoje, faço questão de iniciar meu almoço pela sobremesa e meu banho vestindo minhas roupas. Que se foda o correto! Que se foda o lógico! Dos filhos deste solo és mãe gentil, pátria amada Brasil! =x

E Se



E se meus braços estivessem abertos, meus olhos estivessem fechados e o vento me abraçasse, até aquecer todas as células do meu corpo?
E se minha pele se misturasse ao sal e as águas que permeiam o mar?
E se o fruto mais vistoso tocasse meu paladar ainda hoje?
E se todas as cores que existem no mundo estivessem nas nuvens, e uma chuva de verão cobrisse nossos rostos entristecidos?
Talvez eu pudesse erguer novamente meus braços e simplesmente aspirar o ar, ou sentir o vento soprando os fios do meu cabelo. Talvez pudesse sentir o Sol me aquecendo ou lembrar-me de uma música que me faz sentir liberdade.
É como se eu pudesse sair do chão e no Universo só existem Deus e eu. É como se a minha vida inteira fosse pintada na tela de Da Vinci e o mundo soubesse que as imperfeições fazem parte do que é perfeito.
Não preciso dizer mais nada. Tudo está em seu devido lugar, por mais que as circunstâncias digam “não!”. Talvez isto seja obra do destino, pois nada está sob meu controle absoluto, exceto a convicção de que hoje, eu sei que já é possível imaginar e atingir graus mais profundos de tatos e paladares. Basta querer.

sábado, 6 de novembro de 2010

Sons Externos e Eternos



Fico irritado com o fato de estar ouvindo o som de uma polia girando.
Estou furioso com os latidos de um cão pulguento querendo ração lá fora.
Fico abatido pelos motores de carros e caminhões lá na BR.
Que droga! Grilos não param de fazer “cri-cri” lá na grama!
Meu Deus... E esses dedos que não param de apertar as teclas do PC!
E esse nariz que não para de aspirar um ar barulhento!
Esses ouvidos que não param de ouvir o que é completamente inútil!
Essa cabeça que não para de matutar coisas estúpidas.
Sons que entram e saem. Sentido atinado, que busca oferecer ao cérebro uma visão de algo que não se vê.
É engraçado...
Acho que todos passam por isso. São tantos sons...
Uma gota de orvalho caindo no leito do rio.
Um botijão de gás explodindo dentro de casa, ou talvez um vulcão entrando em erupção.
Uma harpa dedilhada pelo compositor das mais belas canções ou a Susan Boyle cantando pra uma platéia de idiotas preconceituosos, prestes a quebrar a cara.
Tudo o que sentimos aqui, de certa forma, será eternizado.
Mesmo aquilo que externamente recebemos e ignoramos.
Até o que for passageiro ou somente rotina, como o simples ato de piscar.
O que vivenciamos é eterno. Até mesmo o sentimento de angústia, por saber que o mundo jamais vai se calar.
A paz pode ser constituída de um silêncio constante, eminente em outro plano, talvez parecido com a ausência de sons do espaço sideral.
Mesmo assim, o próprio silêncio tem som. Acredite!
Aos poucos ele vai te enlouquecendo e explorando suas vontades mais primitivas.
Não dá pra saber se é melhor estar em meio aos sons externos ou a posterior loucura, advinda do próprio silêncio.
Seria bacana se a loucura abraçasse a raiva, e ambos pulassem pra dentro de um rio.
Assim, eu poderia desfrutar alegremente desses barulhos que me cercam, sem ficar estressado ou confuso.
Como um artista sapateando e criando passos ao som da sola dos sapatos, eu poderia apreciar a falta de nexo de algo tão constante e infinito: Um musical eterno e externo. Talvez fosse algo a se pensar.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Poço


Dentro de um poço antigo, há um segredo completamente coberto de larvas e sanguessugas.
Julieta, uma camponesa de olhos claros, cabelos longos e loiros, irlandesa nata, desde pequena fazia uso deste poço, cavado pelo seu tri tataravô, que havia saído de Galway, rumo à cidade de Lisboa, com fortes acusações de anti-patriotismo. Levou consigo sua esposa, veterana em uma fábrica de tecidos e costuras, que abominava qualquer demonstração de feminismo, visando expor somente a imagem de durona e de mulher introspectiva.
Sair de uma cidade populosa para outra que ainda estava em fase de crescimento, parecia ser uma ótima opção, pois tudo em Lisboa era muito calmo e o marasmo de conviver com a rotina do campo fez com que a família aumentasse, tendo o casal nove filhos, que mais tarde seguiram em rumos opostos, sem nunca mais dar notícias.
Entretanto, a nora, casada com o filho caçula dos dois, engravidou aos dezessete e entrou em óbito no dia do parto. Catorze dias depois, correu pela cidade a notícia de que a criança não era fruto da relação matrimonial, sendo entregue aos cuidados do casal, pelas mãos do próprio filho, que, para fugir da vergonha decorrente do boato, resolveu se alistar na junta militar do país de origem de seus pais, para nunca mais ter que retornar aquela cidade que lhe trouxera tanto desgosto.
Daquela criança, que era um menino robusto e saudável, descendeu Julieta, a jovem mais bela do vilarejo. Ela estava apaixonada por Edmond, um rapaz rico e possessivo, que lhe pediu em casamento logo que a viu em um festival de artes, que acontecia todo ano em homenagem ao rei. A vida de príncipe fez com que a cegueira enchesse seus olhos de escamas, e tudo o que ele fazia era regar sua vida com muita bebida, festas e mulheres de várias províncias, sem nunca se preocupar com suas obrigações de sucessor do trono.
Sem ter certeza de qual era o sentimento que conservava por ela, fez um casamento marcante, que foi comentado pelas grandes autoridades, burgueses e plebe dos arredores, por aproximadamente uma semana e meia.
Como era de se esperar, os quatro primeiros meses foram de muito romance, passeios a cavalo, beijos e gestos de amor nos cenários mais lindos daquele lugar. Porém, como tudo o que é bom sempre acaba, as discussões começaram. Muitas delas por coisas simples, irrelevantes. Aos poucos elas foram se tornando freqüentes e cada vez mais agressivas, até o dia em que Edmond, bêbado, chegou em casa depois de uma farra noturna com várias mulheres e bebidas e espancou Julieta, que, num ato de desespero, fugiu pela janela do quarto e correu para a casa de seu pai, que era viúvo há nove anos.
Quando caiu em si e se deu conta da besteira que havia feito, Edmond correu até a casa do pai dela, e bradou pedindo perdão, até que toda a vizinhança acordasse e presenciasse aquela cena humilhante e absurda de um homem bêbado recém abandonado.
É claro que não precisou de muito pra ela perdoar. Disse que tentaria esquecer daquilo e levar a vida dali por diante.
Final feliz. Será? Não! É claro que não.
A surras se tornaram cada vez mais constantes, até o dia em que Julieta conheceu o sapateiro, que morava uma quadra antes da sua, e este passou a tratá-la com muito requinte, fazendo a pobre plebéia, que estava carente, se apaixonar por ele.
Não demorou muito pra ela começar a mentir, e sempre que possível, dar suas “fugidinhas” para encontrar seu amante.
Mas, como tudo o que é bom dura pouco, um dos mais ambiciosos serviçais da monarquia flagrou um dos encontros noturnos, no canto escuro da praça menos movimentada da cidade. Com o intuito de obter lucros, relatou ao príncipe tudo o que havia presenciado, mas não recebeu prêmio algum – apenas o consolo de ouvir Edmond sair do salão resmungando e dizendo que não perdoaria Julieta e queria vingança. Alcoólatra do jeito que era, depois de tomar todas em um festejo que estava acontecendo nos fundos da paróquia da cidade, saiu desnorteado atrás de sua esposa, carregando apenas uma faca de corte recém afiada. Pegou o objeto em cima da mesa onde estavam as carnes do banquete, e ninguém viu ele se afastar do lugar, mediante o som de vozes e músicas.
Chegando em casa, nada avistou, além de um bilhete que dizia “O jantar está dentro do fogão a lenha”. Pegou seu cavalo e saiu a galope até a praça que testemunhava os atos de traição [e que já eram freqüentes]. Desceu do animal completamente fora de si e com seus olhos cheios de raiva, avistando de longe, Julieta e o sapateiro aos beijos. Como que num reflexo imediato, ambos ainda tiveram tempo de vê-lo se aproximar, e tentaram justificar seus atos, sendo o sapateiro, o primeiro a levar um golpe, sendo degolado pela faca que atravessou seu pescoço e fez seus olhos arregalarem sem ao menos poder exprimir sua dor. Depois, estendeu o corpo do pobre homem ao chão e partiu pra cima da adultera, que ainda teve tempo de dizer duas ou três vezes “Perdão!”, até cair agonizando, com um rombo próximo ao abdômen.
Os olhos de Edmond ainda exprimiam frieza, enquanto arrastava Julieta, que estava morta, para cima de cavalo. Galopou como nunca antes, até chegar perto do casebre onde ela morou a vida toda, e atirou o corpo ensangüentado pra dentro do poço. Talvez, o poço fosse a única relíquia da família e a herança de Julieta, a plebéia que agora se preparava para virar comida aos vermes e que seria esquecida em no máximo dois ou três meses pelos vizinhos que a viram crescer, mas nunca deram importância a sua existência.
Edmond novamente subiu em seu cavalo. Galopou para nunca mais ser visto, deixando para trás tudo: O luxo, bens matérias e prestígio. Por toda a província se expandiu a notícia sobre o assassinato, porém nunca se teve notícias ou provas de que Edmond havia assassinado Julieta.
A ela só restava a água suja daquele poço. A podridão e a casa abandonada ao lado. Literalmente ela estava no fundo do poço. Já não era ninguém, a não ser um fantasma que sequer penetrava a mente das pessoas.
Uma vida reles, pobre e ineficaz. Lembranças e simplicidade. Nada dentro de um baú. Tudo estava dentro do poço. Sua memória não seria honrada, pois não havia culpados, apenas vítimas de uma história sem começo, meio e fim.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Erin - Conceitos e Traços de Uma Expansão



Não se assuste pequenina. Teus olhos foram escamados e você chorou solitária com os assombros de um mundo escuro e desolado.
Não se turbe bela moça, pois existem portas a sua frente e você tem o poder de decidir o que julga ser o melhor para si mesma.
Não se encante bela flor, o que parecia ser um céu azul encheu-se de nuvens carregadas, relâmpagos e trovões prateados.
Não se esqueça doce menina, essas nuvens são necessárias, pois dela beberás da chuva e suas pétalas crescerão com mais vigor.
Todo o tormento do mês de Setembro voltou. Você precisa disso. Você quer isso. Quem era você até então? Quem era você antes das duas primaveras que se foram? Aproximam-se novamente os lábios claros e os lábios negros, o fogo e a água, a terra e o céu, o Sol e a chuva. Esta é a nossa natureza. Esta é a nossa verdade. Espero ansioso e atino minhas vistas a esta flor que foi plantada entre espinhos. Abrolhos, quem vocês pensam que são para tentar sufocar esta bela flor? Chuva! Devaste com grade tempestade os males que nos cercam. Esperamos ansiosos pelo vindouro dia da bonança.

domingo, 25 de julho de 2010

Dentro do Furacão


Quando eu falo de amor, os olhos enchem de lágrimas porque o amor dói.
Dentro deste furacão só enxergo minhas mãos vazias porque meus pés não vergam no chão. Este sentimento é terrível, confunde, sufoca, mata aos poucos e eu perco a noção do que é certo. Este sentimento é maravilhoso, porque me dá coragem para enfrentar meus demônios e encarar minhas escolhas equivocadas e lamentáveis. Eu já não sei quem sou. Só sei que o vento forte está aí. Só sei que sou falho e que este sentimento me corrói, a ponto de eu já não dar a mínima pra o que é certo ou errado. Já não dou a mínima pra detalhes e opiniões de terceiros. Só estou divagando em idéias confusas e sofrendo por coisas que nem aconteceram. Eu aqui, no olho do furacão.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Erin - Eternamente Poderoso


Eu já admirei estes olhos negros e profundos e tentei desvendar os mistérios que eles guardam.
Eu já contemplei a beleza de quem ama. Já contemplei a beleza de quem não se esquiva das setas que o destino lança.
Você carrega no peito um fardo pesado, um coração cheio de temores e angústias.
Você admira uma estrela no horizonte e tenta tocá-la, mas sabe que tudo é apenas um sonho distante.
Você já flutuou sob a miragem do deserto e pensou que um dia pudesse tomar das águas que jorram de um oásis intocado.
[Você já se esquivou da luz que ilumina a noite, ansiosa pelo romper do dia. Você aguarda pela luz do Sol].
Este sentimento “Eternamente Poderoso” te torna exatamente quem você é: Um coração intenso em busca de troca. Um coração intenso querendo amar. Um coração romântico reduzido as cinzas de um destino incerto.
Se os teus olhos continuamente olharem para frente, lance ao mar estas lembranças que te afligem.
Se os teus olhos equivocadamente desviarem para trás, lembre-se das coisas boas e resgate a esperança perdida.
“Você não é do tamanho da tua altura. Você é do tamanho dos teus sonhos, e se estes sonhos forem de Deus, você é infinito.”

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O Porquê De Ser Sete


Apesar de o Word insistir em querer trocar a palavra “SETE” por “Setembro” (Obra do destino, já que eu faço aniversário em Setembro e esta palavra realmente começa com “sete”), hoje quero explanar um pouco sobre o porquê de ser SETE.
Muitas pessoas acreditam que esteja associado à seqüência “seis, SETE, oito...”, mas não tem nada a ver.
Sete é um número de suma expressão e eu comecei a perceber isso ainda na quarta série, já que desde o pré o meu número na chamada era SETE. Mais tarde, na SÉTIMA série eu pulei de SÉTIMO pra sexto e nunca mais fiquei em sétimo (E olha que eu to estudando até hoje).
Quando fiz meu primeiro vestibular fiquei em sétimo lugar na classificação geral. Quando eu li sobre a genealogia de Adão e Eva, a pessoa que mais me interessou foi o filho menos explorado, ou seja, Sete!
Dentro do cristianismo, sete representa perfeição e descanso, já que os números inferiores representam criatividade e trabalho. Eu nunca quis expor essa imagem, até porque já ficou bem claro pra mim que eu não tenho nada de perfeito.
Porém, eu acho que de certa forma, simbolicamente este número me persegue. Talvez eu realmente esteja ficando louco, mas por hora eu não consigo lembrar de outros fatos curiosos envolvendo este número perfeito. Só sei que a semana tem SETE dias, o arco-íris tem SETE cores, os pecados capitais são SETE, as maiores maravilhas do mundo são SETE, enfim, este número, este nome, este símbolo tornaram-se parte da minha identidade. Já faz 6 anos e meio que estou nessa. Aos SETE só Deus sabe o que vem pela frente.
Enfim, espero que tenham gostado. Não foi lá uma explicação muito coerente, mas acredito que a partir de hoje, quando alguém perguntar “Sete, por que Sete?”, eu irei responder “Vide o blog”.
Até breve!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Borboleta


A vida é cheia de altos e baixos.
Desde que nasci sempre me alimentei de coisas amargas e sempre me escondi no conforto da comodidade.
Minha visão sempre foi de baixo porque nunca me arquei para o alto e jamais priorizei meus sonhos (Sobreviver era mais importante). Rastejar era minha habilidade exímia. Haviam predadores e o subsolo era o lugar mais seguro para eu estar.
Mas houve um momento em minha vida, que tomei a decisão mais importante e definitiva, capaz de mudar minha história e me fazer enxergar uma nova realidade. Decidi escalar o ponto mais alto de um muro chamado “cegueira” e me isolei em um lugar pequeno, apertado, para desfazer aquilo que era “casca”, aquilo que era a vestimenta que as pessoas haviam me dado.
Houve muita dor, haviam muitos riscos, houve muitas decepções. Porém, essa transformação apagou meu passado, pois hoje eu vejo as coisas do alto. As asas coloridas e o néctar mais doce, fazem de mim quem eu sou hoje. Não mais um fracassado. Não mais a escória que se esconde.
Hoje estou fora do casulo e enxergo os raios do Sol. De que valia a vida por 1 ano, se eu comia os restos e fugia de pessoas que nem sabiam quem eu nasci para me tornar?
Esqueço da lama e lembro-me dos campos e das flores. Esqueço das folhas secas e lembro-me do néctar e sabores. Mais vale viver em uma semana do que sobreviver em um ano. Mais vale acreditar em meus sonhos do que rastejar pelos outros. Olho as coisas aqui do alto e apenas digo: Deus, muito obrigado.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Canavial de Amoras


Pedra, molde, régua, cobre.
Garfo, faca, pasto, maca.
Livro, esquilo, sino, estilo.
Ostra, moça, outra, louça.

Canavial de amoras,
Tiro na nuvem.
Um beijo e vai embora,
Espero que mudem.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mudança de 360° Graus


O mundo despencou sobre a minha cabeça. As idéias estagnaram e a motivação está morta. A fluência desse tempo está perdida em retalhos de uma história irrelevante, desprezível, que eu já fiz questão de apagar,mas que sempre retorna, anulando as conquistas atingidas ao longo dessa caminhada.
Já lutei pra me desvincular disso. Missão impossível, vício constante. O jeito é rastejar, se humilhar e continuar levando as coisas do mesmo jeito de sempre. Mudar o meu próprio mundo e dar uma volta sobre ele. Será? Qual é o fim de quem dá uma volta de 360 graus?
Minha reza diária é o silêncio. Que Deus tenha misericórdia dessa alma moribunda e que as letras deste livro não mais sejam escritas sobre linhas tortas. Eu quero e eu espero...

sábado, 26 de junho de 2010

Esperança / Os Benefícios do Inverno


[Ana Paula Valadão Bessa, Madame Guyon, Gustavo Bessa e André L.]

(Texto Parafraseado)

Muitas vezes a nossa vida se compara a de uma árvore. Assim como a árvore, nós também vivemos diferentes estações. Não há como fugir delas. O inverno talvez seja a estação mais triste. As folhas começam a murchar até caírem completamente. As flores já não existem mais. Os frutos desaparecem. O que resta, para quem observa a pobre árvore, são os galhos retorcidos que, uma vez expostos, revelam as imperfeições antes escondidas pela beleza superficial. Mas não devemos nos enganar: aquilo que parece estar matando a árvore, na verdade é essencial para a sua sobrevivência. Ainda que o inverno esteja rigoroso, seco, sem cor ou perfume, a árvore não está morta. A vida ainda está dentro dela. As forças, antes usadas para embelezar a árvore, agora são gastas para fazê-la crescer, onde ninguém vê, aprofundando suas raízes. Dizem ainda que em muitos lugares onde não há inverno as árvores não produzem frutos.
Em prol disso, devemos aceitar esta realidade. A nossa vida é plena de estações. E todas elas são boas e importantes. As estações fazem a vida ser bela e colorida, cheia de diversidade e sensações. Na nossa vida, existem os períodos de verão e também os de outono; os períodos de primavera e também os de inverno. Esses períodos vêm e vão de acordo com o relógio de Deus para cada um de nós.
(Porém), muitos se perdem exatamente aí, no inverno de suas vidas. Mas, em vez disso, podemos nos render ao processo de fazer morrer o que é superficial e ganhar vida no interior. São mudanças de valores que fazem parte do nosso crescimento.
Que no inverno da sua vida você possa superar o seu eu, para avançar a uma nova estação, onde os benefícios são melhores e maiores do que os de outrora. Creia na próxima a estação. A primavera vai chegar!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Hipócritas Hereditários, Mentes Cauterizadas


Esplêndida é a ignorância que paira sobre as nossas cabeças. Concordância de idéias tidas por conceitos e bases sólidas, trapos de imundícies de algo que nunca tivemos ou teremos.
Dissabores contínuos de uma vida atenuada, regida por indivíduos de mente podre e cauterizada. Hipócritas hereditários dão continuidade a essa história escrita por bandidos, prostitutas e bastardos.
Esgoto a céu a aberto se chama a moralidade regida por mentiras e barbáries de um passado obscuro e questionável.
Meus inimigos dominaram o mundo. Controlam minhas vontades, meus atos, meus pensamentos e virtudes.
Sociedade maldita e putrefata: Questione-me sobre mim e questione-me sobre as nossas lamúrias. Se souberes quem eu sou, diga-me:
Onde estamos? Quem nós somos? Para onde vamos?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

C.S Lewis – O Pensador De Outro Mundo


(Texto Parafraseado)

Clive Staples Lewis foi um autor e escritor irlandês que se salientou pelo seu trabalho acadêmico sobre literatura medieval e pela apologética cristã que desenvolveu através de várias obras e palestras. É igualmente conhecido por ser o autor da famosa série de livros infantis de nome As Crônicas de Nárnia.
Entretanto, passei a me interessar mesmo por seus trabalhos, após a leitura de uma de suas frases mais marcantes (Por estar associada ao cotidiano de quem acredita no cristianismo).
Diante de tamanha iminência a sua visão sobre a realidade, através de palavras tão sensíveis e verdadeiras, eis o top 10 com os pensamentos deste grande filósofo e escritor que eu mais gosto (E espero que vocês gostem também!):
10º Lugar: “Um homem que está comendo ou dormindo com sua esposa ou se preparando para ir dormir na humildade, gratidão e temperança, é, pelos padrões cristãos, em um estado infinitamente maior do que aquele que está ouvindo Bach ou a leitura de Platão, em um estado de orgulho.”
9º Lugar: “O inferno é o único lugar fora do paraíso onde nós podemos nos safar dos perigos do amor.”
8º Lugar: “A amizade nasce no momento em que uma pessoa diz para outra: “O quê? Você também? Pensei que eu fosse o único!”.”
7º Lugar: “Nunca um punhado de ovos ruins chegou a dar num bom omelete.”
6º Lugar: “Deus não pode nos dar uma felicidade e paz para além de si mesmo, porque não está lá. . Não existe tal coisa.”
5º Lugar: “Os seres humanos são anfíbios - o espírito animal metade e metade. . Como espíritos, eles pertencem ao mundo eterno, mas como animais que habitam o tempo.”
4º Lugar: “A amizade é desnecessária, como a filosofia, como a arte... Ela não tem valor de sobrevivência, mas sim é uma daquelas coisas que dão valor à sobrevivência.”
3º Lugar: “O cristianismo, se falso, não tem qualquer importância, e se for verdade, de uma importância infinita. A única coisa que não pode ser é moderadamente importante.”
2º Lugar: “Você pergunta se eu já amei alguma vez: sou tolo, mas não sou tanto assim.”
1º Lugar: “Se eu encontrar em mim um desejo que nenhuma experiência neste mundo pode satisfazer, a explicação mais provável é que eu fui feito para outro mundo.”
Até a próxima!
(Fonte de informações: Wikipédia e obras do filósofo)

sábado, 5 de junho de 2010

Memórias Póstumas de João Arruda


Sobre o céu de nuvens mora João Arruda.
Ele voa alto e flutua como uma pluma.
Suas roupas e ossos a traça roeu,
Sua carcaça e dentes o rato comeu.
Em sua memória lembrou-se de um menino,
Que crescia em estatura e tornava-se destemido.
O cheiro de tinta infestou pela casa.
Tereza espirrava, a rinite atacava.
Um cão, várias cabras, um bode e muitas vacas.
Montanhas e campos, árvores e barrancos.
O cheiro do verde fazia bem.
Sua reza diária não acabava no amém.
No paiol do terreno a cortadeira gritava,
Faltava óleo e isso a todos incomodava.
Já era sexta e o ritual era sagrado,
Quatro doses de cachaça e insultos gratuitos ao velho cunhado.
João cambaleava bêbado enquanto caminhava.
Caiu sobre a máquina e o sangue jorrava.
Gritos e luto ao velho peão,
De alma penada sem o banjo na mão.
A canção sertaneja embala suas noites,
E a saudade aperta em eternos açoites.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Justiça


(Ainda sob um manto de indignação, por ter sido demitido há duas ou três horas atrás, redigo essas palavras com minha alma lavada, pois mantive a minha integridade até o último segundo).

O que se pode esperar de pessoas gananciosas e do nosso governo corrupto? Até onde vai a ambição? Onde será que enterraram valores como a dignidade, coerência e integridade?
Fazer pacto com o Diabo é muito fácil. Não é necessário o uso de símbolos e a prática de rituais macabros. Você pode vender a sua alma, consentindo com palavras hostis ou tratados esmagadores, reduzindo o pobre trabalhador, ao pó da sola de nossos sapatos.
Este país precisa de votos? Nós precisamos das mesmas pessoas no poder? Qual será a razão de nos Estados Unidos, a qualidade de vida ser de primeiro mundo? (Sendo que o voto por lá é facultativo)
Destruímos a natureza e matamos pessoas diariamente, buscando nossos interesses próprios. O banho pode ser de 40 ou 50 minutos, tanto faz, afinal, quem vai precisar de água são os meus netos, são os teus netos.
E daí se eu preciso de comida para alimentar meus filhos? Existe cesta básica pra isso. Existem os benefícios bolsa isso, bolsa aquilo. Vinte ou cinqüenta reais podem sustentar famílias durante o mês inteiro.
O esquema é dar aos pobres, o que eles precisam para sobreviver e nunca os instrumentos para exigir uma qualidade de vida melhor.
Pobre não precisa de educação. Pobre precisa de mantimentos para a subsistência. Pobre não precisa de saneamento básico. Pobre precisa de comida na panela.
O importante mesmo é o voto. Inclusive, ouvi dizer que querem presos votando nas próximas eleições. Ou seja, as chances desses mesmos corruptos que estão no poder permanecerem, serão muito maiores, afinal, bandido vota em bandido. E quais seriam as alegações pra isso acontecer? Não sei, mas gostaria de saber...
Mesmo assim, podemos ouvir crianças chorando de fome, gritos e soluços pelas mortes violentas, e brados de indignação pelas vidas que se perdem com as drogas e marginalidade. A injustiça é fruto da corrupção nos plenários e palanques políticos do nosso país.
Vocês querem justiça? Eu também. Se não existe justiça pelas mãos de homens, que seja feita a justiça pelas mãos de Deus.
Se as leis fossem aplicadas como no Velho Testamento, talvez existisse um respeito maior aos valores éticos e morais. Não se trata de obedecer somente às leis, mas necessitamos de um novo “aculturamento”, onde as pessoas não sigam esses princípios por obrigação. Desta forma, quando alguém perceber que isto está corrompendo sua própria essência, sua dignidade estará ferida, fazendo com que essa mesma pessoa, venha a reconhecer seus erros, e passe a agir de outra forma.
Justiça não é um bem adquirível, justiça é um direito. Eu quero justiça, mesmo que seja antes de morrer. E pra você, que está partilhando dessa minha raiva, deixo as palavras de um sábio raper cristão, aconselhando a sociedade atual, em relação à escolha de mudar e permanecer convicto na decisão. Tenha opinião própria! Lembre-se da tua dignidade com ser humano. (“Não seja você um cão que lambe o próprio vômito ou um porco que tomou banho e preferiu voltar para a lama” – Pregador Luo - APC XVI).

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Paradoxo Social


Vivemos sob o regime de uma cultura pop.
Ser popular é sinônimo de beleza, dinheiro, fama e poder. Talento e dignidade tornaram-se fatores secundários, e nossos estímulos estão diretamente ligados com que vemos pela mídia secular.
Isto eu nem precisaria dizer, mas vale ressaltar, que em primeiro lugar, o que vale é você mascarar aquilo que você é, caricaturando um personagem “do contra”, impulsionado por uma índole fictícia. Quer provas? Eis algumas...
Hoje em dia, só tem um porte físico satisfatório, aquele que é sarado. Se colocar 50 pessoas dentro de uma sala, apenas 10 estarão dentro dessas estatísticas. O resto será composto de pessoas gordas, magras, neuróticas, insatisfeitas. Isso é normal, nascemos invejosos.
Outro exemplo. Mulher gostosa é mulher vulgar. Mulher gostosa tem nome de fruta, assim como há 10 anos, o requisito da fama era o de ser dançarina de axé. Os anos passam, mas esta cultura apenas foi reciclada.
Você quer se prostituir sem ser hostilizado? Fique famoso e faça um filme pornô!
Quer mais? Se você tem cabelo enrolado, você cai em depressão, porque cabelo liso é cabelo bom. E quem nasce de cabelo liso prefere enrolar, já que a moda agora, é copiar o estilo dos anos 60.
Rei da música e melhor dançarino do mundo? Claro! Era o Michael Jackson! (E ninguém duvide disso! - ainda mais agora, que ele está morto e as emissoras tornaram-no um símbolo de respeito e insígnia do gênero).
Coitado daquele que questiona sobre sua orientação sexual ou sobre a suposta doença que o deixou mais branco que uma caixa da Parmalat. Michael Jackson era um cara sofrido, apanhou do pai e só queria pôr os filhos dos vizinhos pra dormir. Legal, né? E você? Tem filhos? Habilita-se a deixar que o vizinho ponha os seus para dormir também?
Se você tem vida social, torça pra ter nascido em uma família bem sucedida. Aí aos 15 anos, ganhe do pai o seu primeiro carro, encha a cara e bata ele aos 16 (Afinal, farra com cerveja, drogas e mulheres é o que torna um homem uma pessoa digna).
Segundo: Nunca demonstre sentimentalismo. Seja astuto e imposte respeito, usando o raciocínio rápido e uma linguagem descolada, não é difícil.
Terceiro: Venda tua alma e tua dignidade se for preciso. Mas custe o que custar, faça teu nome conhecido.
Corrompa-se por cargos, por influências políticas, busque o apadrinhamento de pessoas influentes, “babe ovo” de velhos almofadinhas e coroas peruas, prostitua-se, dê o seu sangue e a sua carne a troco dos valiosos 15 minutos de fama. Ou melhor! Entre para um reality show e saia nu em alguma revista. Logo você será notícia no TV Fama.
Seja do contra, haja contra a tua própria consciência, porque a fórmula da manipulação é ser mestre em manipular os fantoches sociais.
Sempre diga sim, quando estiver com vontade de dizer não, e vice-versa.
Seja astuto, quebre regras. Faça fama, cobice, esmague, humilhe-se! Estamos no século XXI. A moda agora é ser do contra.

sábado, 29 de maio de 2010

Rosas


Apesar de tantos tropeços e quedas, acho que no fundo, todo mundo espera por um final feliz.
Não se sabe se é daqui a 10 ou 20 anos. O que importa, é o fato de estarmos agarrados a essa crença estúpida (De que tudo há de dar certo no fim - Porque melhor é estar vivo e sofrer as conseqüências disso, do que não existir e se privar da bonança que nos aguarda).
Quem se importa em escalar uma montanha de problemas, se no final, não tem coisa melhor do que experimentar o gosto doce de estar “por cima da carne seca”?
Isso é meio paradoxal e insano, eu sei. Mas no fundo, todos experimentam dos opostos, porque isso faz parte da nossa própria natureza. Todos têm seu lado bom e seu lado ruim. Todos têm uma trajetória a percorrer, não há como fugir. Se isso é destino, eu não sei.
A única certeza que temos, é de que as coisas acabam, porque a morte vem e esgota as areias do tempo. Isso é de uma frieza abrupta. Porém, não existe vontade, ou muito menos dom que nos prive dessa condição. Mas apesar disso, existem virtudes que só os seres humanos são capazes de ter. Quais são?
A resposta você já sabe, mas independente disso, eu tenho as minhas expectativas pessoais e você as suas. Eu, particularmente, espero que esta viagem doida, chamada vida, seja mais do que um mero acaso. Sonhar não faz mal a ninguém (E olha que eu sou perito nisso!).
Percorrer um caminho coberto de rosas parece fácil e confortável. Se esconder atrás de status e de uma vida perfeita é tão atrativo.
Mas tudo o que é belo, brota do que é desprezível. A essência do ser humano é esta: Abominável!
Ainda sob a condição informe, não passamos de um óvulo fecundado. Existe beleza nisso? Não! E tem gente que ainda fala “Olha que bonitinho!”, pra um recém nascido que nasceu pelado, careca e desdentado...
Tsc! Quanta tolice. (Risos)
Mas falando sério... Pra que a rosa se torne uma flor, ela mortifica o que é informe. A semente jogada na terra precisa morrer. Assim, o caule percorre seu trajeto em direção a superfície, pra que a planta não sufoque e acabe definhando.
Outro detalhe importante é a necessidade de ter calma, porque existem diversos fatores que vem para destruir e testar nossos limites.
Existe o Sol e a chuva. Existem as estações e os predadores...
A vida é um caminhar a pés descalços. Caminhar descalço sobre pétalas de rosas não parece ruim. Mas quantas vezes nos esquecemos dos espinhos... Quantas vezes nos esquecemos dos talhos e das feridas que se abrem ao longo desse percurso.
A questão é: Estamos confiantes com o que plantamos ao longo da nossa caminhada?
Quem planta abrolhos, não colhe girassol. Quem escolhe viver, decide pelos espinhos. Você tem coragem suficiente pra passar por todo este processo, a troco de alguns dias de glória e admiração?
A resposta está ao fim dessa jornada. Se você exalou o melhor perfume, tua história será uma renovação constante, através de outras pessoas, de objetos, de seres vivos, de lugares (Isto não importa), afinal, os elementos que se buscam estão alinhados com o processo natural de sua jornada.
Parece besteira, não? Mas o que seria sano nos dias de hoje? Dinheiro? Status? Conforto e facilidade? Sei lá... Eu escolhi o caminho difícil, que irá testar os meus limites e fortalecer minhas raízes. Que venham as chuvas! Que venham os ventos tempestivos! A rosa já está se abrindo, e com a vida, irá jorrar a glória de um novo tempo.

Introdução

Decidi reformular o blog. Espero que vocês gostem e que se torne mais atrativo.
[André L.]